“Os professores não sabiam o que fazer comigo!”: reflexões interseccionais de uma mulher negra com deficiência

This qualitative study aimed to analyze the intersections between gender, disability and race/ethnicity that make up the identity aspects of a black woman with a disability, an academic in the pedagogy course. In this sense, we sought to reflect on the following important questions: How do gender, race/ethnicity and disability issues produce and identify identity aspects in this woman's life trajectory? How can feminist disability studies contribute to understanding the intersections between gender, disability, race/ethnicity analytically and politically? With regard to the data collection instrument, we chose to use a semi-structured, dialogic interview, with open questions, answered by WhatsApp audios due to the pandemic moment, leak by the Covid-19 virus. Along the investigative path, it is sought that capacitance anchors all interdependent and interconstitutive systems of exclusion and oppression, along with racism, sexism, the narrative of participation, mandatory present in the most diverse spaces and spheres, reported from their experiences and experiences. As reflections developed here, they pointed to the importance of the transversality of disability in gender policies and the need to incorporate debates on this theme in the history of feminisms in an intersectional way.Este estudo, de cunho qualitativo, teve como objetivo analisar as intersecções entre gênero, deficiência e raça/etnia que compõe aspectos identitários de uma mulher negra com deficiência, acadêmica do curso de pedagogia. Nesse sentido, buscou-se refletir sobre as seguintes questões centrais: De que maneira as questões de gênero, raça/etnia e deficiência produziram e produzem aspectos identitários na trajetória de vida desta mulher? Como os estudos feministas da deficiência podem contribuir para a compreensão das intersecções entre gênero, deficiência, raça/etnia do ponto de vista analítico e político? No que se refere ao instrumento de coleta de dados, optou-se pela utilização de uma entrevista semiestruturada, dialógica, com perguntas abertas, respondidas por áudios de WhatsApp em função do momento pandêmico causado pelo vírus Covid-19. Ao longo do percurso investigativo percebeu-se que o capacitismo ancora todos os sistemas interdependentes e interconstitutivos de exclusão e opressão, juntamente com o racismo, sexismo, constituem a narrativa da participante, estando presente nos mais diversos espaços e âmbitos, relatados a partir de suas experiências e vivências. As reflexões aqui desenvolvidas, apontaram para importância da transversalidade da deficiência nas políticas de gênero e na necessidade de incorporação dos debates sobre esta temática na história dos feminismos de forma interseccional